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Aug. 30, 2017, 8:28 a.m.
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Como Cipher Brief se destaca em temas de segurança global

“Imagine uma redação onde metade da sala é de analistas e a outra metade é de repórteres. Reúna o que cada um deles faz de melhor e entregue isso todos os dias para o leitor”.

Nos nove anos que ela trabalhou para a CNN, primeiro como produtora executiva e, em seguida, como correspondente nacional de segurança e inteligência, Suzanne Kelly percebeu que havia uma lacuna no mercado de informações confiáveis sobre segurança nacional. O noticiário da TV permitia apenas 30 a 45 segundos para cobrir a maioria das matérias, e as pessoas que comentavam como “especialistas” podiam ter pouca experiência relevante ou atual.

“A qualidade das pessoas que você ouve em um determinado assunto varia amplamente”, disse Kelly, que também é autora de um livro de 2009 sobre a empresa de segurança Blackwater, “Master of War”. “Digamos que você esteja assistindo um Navy SEAL comentando sobre uma missão que foi vazada. Essa pessoa pode ter servido apenas um ano em uma equipe do SEAL e não é realmente parte integrante da comunidade há anos. Ou um ‘ex-oficial da CIA’ que não trabalha para a agência há 10 anos, mas está comentando como se ainda participasse. É quase impossível saber o que se pode acreditar e o que não se pode.”

Então, Kelly saiu da CNN e começou a arrecadar dinheiro para construir um novo tipo de site sobre segurança nacional com especialistas reais, não cabeças falantes. O Cipher Brief, lançado há dois anos em agosto, abrange questões de segurança nacional em vários formatos: artigos, podcasts, boletins semanais (modelado após o briefing diário recebido pelo presidente, priorizando ameaças), conferências, até mesmo uma coluna de fofoca semanal. E se orgulha de contar com um grupo de especialistas que opinam sobre notícias importantes.

Durante os ataques terroristas em Barcelona em agosto, por exemplo, o Cipher Brief recebeu James Clapper, ex-diretor de inteligência nacional dos EUA, e John McLaughlin, ex-diretor interino da CIA, para falar sobre a situação na Espanha e como as agências de inteligência europeias podem trabalhar umas com as outras após o ataque. (Alguns outros nomes que você pode reconhecer em sua rede: Michael Hayden, Stanley McChrystal, Michael Chertoff e Saxby Chambliss. O Cipher Brief também abriga o lendário repórter de segurança nacional Walter Pincus, que escreve uma coluna regular).

“Imagine uma redação onde metade da sala é de analistas e a outra metade é de repórteres. Reúna o que cada um deles faz de melhor e entregue isso todos os dias para o leitor. Isso é o que o Cipher Brief faz”, disse Kelly. O site baseado em Washington tem 20 funcionários em tempo integral, 75 especialistas e centenas de colaboradores globais.

“Nós vimos modelos de jornalismo no passado onde, se você diz às pessoas o que querem ouvir, o dinheiro rola”, disse Kelly. “Definitivamente não é como funcionamos”. O site se esforça para tirar a política da conversa. “Estamos realmente direcionando nosso produto para um público que quer saber o que precisa saber quando se trata de manter sua empresa segura no mundo virtual ou o que precisa fazer para manter sua família segura de terrorismo quando viajar para o exterior”. (Desta forma, o site é diferente do War on the Rocks, que é mais voltado para o público militar).

Isso não quer dizer que eventos políticos recentes não fizeram com que a missão do Cipher Brief seja um pouco mais urgente. “A eleição de Donald Trump colocou exacerbou tudo um pouco”, disse Kelly. “O resto do mundo está buscando desesperadamente informações sobre o que os tuites significam, o que as declarações significam, o que as iniciativas políticas significam”. O público principal do Cipher Brief inclui pessoas que trabalham no governo: a Casa Branca, o FBI, o Pentágono e a comunidade de inteligência e, cada vez mais, pessoas que trabalham no setor privado. Cerca de um quarto dos visitantes do site todos os meses acessa o site do exterior.

O Cipher Brief arrecadou um milhão de dólares em capital de risco para ser lançado, mas dois anos depois, está diversificando seu modelo de negócios. Atualmente, o site é totalmente gratuito para leitores e apoiado por publicidade. Este semestre, o Cipher Brief irá lançar um modelo de assinatura, oferecendo aos leitores uma certa quantidade de artigos gratuitamente antes de solicitar pagamento. A empresa também está planejando um produto premium — como o Politico Pro — que oferecerá um relatório diário de nível superior e poderá custar alguns milhares de dólares por ano. O Cipher Brief se associará com empresas de tecnologia nesse produto, retirando dados das mídias sociais e da web escura para fornecer uma matriz mais completa e detalhada das ameaças do dia à segurança nacional.

“Eu não acho que temos um concorrente direto hoje”, disse Kelly. “Espero que possamos ter no futuro; a competição mantém o mercado saudável. Mas diria que não há nenhuma empresa hoje que não se beneficiaria em colaborar com o Cipher Brief. Essa é uma posição legal de ter.”

Translation by IJNet.

Photo of Suzanne Kelly leading a Cipher Brief panel at the CNBC Net/Net conference last October via Instagram.

Laura Hazard Owen is the editor of Nieman Lab. You can reach her via email (laura@niemanlab.org) or Bluesky DM.
POSTED     Aug. 30, 2017, 8:28 a.m.
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